quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Proposta de leitura bíblica para o mês de Fevereiro e início da Quaresma


Fevereiro
1
Jeremias 9-10
2
Jeremias 11-12
3
Jeremias 13-14
4
Jeremias 15-16
5
Jeremias 17-18
6
Jeremias 19-20
7
Jeremias 21-22
8
Jeremias 23-24
9
Êxodo 1-4
10
Êxodo 5-8
11
Êxodo 9-11
12
Êxodo 12-14
13
Êxodo 15-18

Quaresma
Quarta-feira de cinzas
Êxodo 19-22
Quinta-feira
Êxodo 23-25
Sexta-feira
Êxodo 26-28
Sábado
Êxodo 29-31

domingo, 28 de janeiro de 2018

O meu comentário à Liturgia da Palavra deste IV Domingo do Tempo Comum (in «Liturgia Diária», Paulus Editora)


Uma das premissas mais constantes nos Evangelhos, de forma particular em Marcos, é a identidade de Jesus. Não raras vezes, após algumas das suas acções junto do povo (milagres, exorcismos ou simples doutrinação), surge a questão: «Quem é este Homem?» ou, como sucede neste excerto, «Que vem a ser isto?». De facto, por detrás de uma adesão à fé está uma pergunta, que se transforma em pro-vocação que suscita uma procura. Foram estas perguntas que foram consolidando os dados de fé da Igreja primitiva em relação a Jesus Cristo e ajudando a reconhecer a Sua acção operante na vida da comunidade enquanto Ressuscitado.
Estamos ainda no início do ministério público de Jesus, mas após a revelação da identidade jesuana no primeiro versículo do Evangelho por parte do seu autor, surge agora mais uma profissão de fé. No entanto, esta é feita no meio de uma certa ambiguidade, já que é efectuada por parte de um «homem com um espírito impuro». Ou seja: o reconhecimento de quem é Jesus parte de alguém que não se move nos círculos próximos de Cristo, mas de alguém que se apresenta como Seu opositor, provavelmente à margem da comunidade. Mas isso não nos deve espantar: nem sempre são os que ‘estão dentro’ que captam mais facilmente a essência do mistério de Deus. Todavia, esta figura ‘endemoninhada’, sem nome e sem rosto, representa muito bem a bipolaridade constante a que a natureza humana está submetida: um combate entre, como diz S. Paulo, o «bem que quero e o mal que não quero». O ser humano sente-se muitas vezes dividido interiormente, seduzido por inúmeras atracções que podem desviar a atenção do essencial e alienar a vontade em superficialidades vazias e inócuas. Por isso, é natural que diante de uma doutrina tão vibrante e vivificante como a de Jesus alguns se sintam perturbados e incomodados, e muitas vezes dilacerados internamente por não ter a coragem de aderir firmemente a essa «doutrina» (ou melhor, a essa Pessoa, que é Jesus). A pergunta daquele homem com espírito impuro é a questão que tantos hoje colocam quando são confrontados com a ética das suas decisões, acções ou critérios: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?». Cristo corre o risco de ser encarado como Alguém que importuna a liberdade, que condiciona as decisões, que radicaliza um estilo de vida, que exige coisas impossíveis, que frustra planos pessoais ou que impõe sacrifícios desumanos. Porém, a convicção a que somos chamados a ter é outra: é a certeza da origem divina da Sua autoridade. Tal como o livro do Deuteronómio já pré-anunciava profeticamente, a adesão a Jesus efectiva-se pela credibilidade do Seu testemunho, pela perfeita sintonia entre o que diz e faz, e pela eficácia da Sua acção, ontem como hoje. Ele é, por isso, não só Aquele que devemos escutar mas também o único capaz de exorcizar e calar as vozes que, dentro de cada um, parecem afastar dos caminhos de Deus.

domingo, 21 de janeiro de 2018

O meu comentário à Liturgia da Palavra deste III Domingo do Tempo Comum (in «Liturgia Diária», Paulus Editora)


A história da salvação mostra-nos que Deus se serve de seres humanos para concretizar os Seus desígnios de salvação. Mas mostra igualmente que as pessoas escolhidas para tais missões não são aquelas que aparentemente, e do ponto de vista meramente humano, possuem as qualificações indicadas. Nas leituras de hoje esta realidade está bem evidenciada: Jonas, o ‘profeta’ escolhido para pregar a necessidade de arrependimento e conversão à grande cidade de Nínive, é aquele que foge de Deus e que revela a rebeldia quase natural e instintiva de quem teima em resistir ao desassossego de um chamamento de Deus; os quatro primeiros apóstolos de Jesus, pioneiros de um novo estilo de vida, são escolhidos entre uma das classes menos apetrechadas cultural e intelectualmente: os pescadores. Em ambos os casos, denotam-se várias diferenças (e não só temporal); porém, algumas semelhanças acabam por nos ajudar a definir um pouco algum do perfil necessário para se tornar discípulo.
O primeiro aspecto a salientar é que a iniciativa é sempre de Deus – na vida da fé, o primado é do chamamento, e não do oferecimento. De múltiplas formas, directa ou indirectamente, Deus chama segundo os Seus critérios e para uma missão que cabe a cada um descobrir (não é espontânea nem imediata, como não o foi para os apóstolos). Essa iniciativa divina sucede em ambientes e rotinas normais e a pessoas muitas vezes impreparadas, o que nos mostra que não só a vida dos destinatários da mensagem, mas também a dos chamados é fruto de um ‘golpe de misericórdia’ de Deus.
Em segundo lugar, os textos mostram-nos como Deus é não só o autor mas também o motor desta obra. No caso de Jonas, à pregação deste corresponde a confirmação divina do conteúdo pregado face à adesão e mudança dos ninivitas; nos apóstolos, a mudança de paradigma ‘profissional’ (mantendo, porém, o mesmo registo linguístico) encontra fundamento numa promessa: «Farei de vós pescadores de homens». Ou seja, não se sabe como decorrerão as coisas e nem se vislumbra o resultado final, mas acredita-se na palavra d’Aquele que chama.
Em terceiro lugar, o núcleo fundamental da missão do discípulo é a salvação da humanidade. Se em Jonas é evidente, no chamamento dos quatro apóstolos esta realidade vem associada à expressão «pescadores de homens». Tal afirmação evoca a dimensão escatológica da própria missão de Jesus: retirar do fundo das águas (que para os seres humanos é o lugar da não vida, do afogamento, da morte) para a barca (imagem que posteriormente será acolhida como imagem da Igreja, «sacramento de salvação» e lugar do encontro e da comunhão com Deus).
Por fim, a prontidão da resposta e o desapego aos bens. Se a resposta imediata dos apóstolos já nos desafia a confiar plenamente na credibilidade da Pessoa de Jesus e na missão que nos confia, a liberdade no «deixar» (as redes, os pais – ou seja, ‘tudo’) por parte dos apóstolos e a relativização dos bens terrenos (como garantia de felicidade) a que nos desafia Paulo são condições disposições relevantes no perfil do discípulo. Saibamos nós também descobrir as redes que ainda nos prendem ao mar e nos impedem de ir mais além no seguimento de Jesus.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Proposta de leitura bíblica - de 14 a 31 de Janeiro



Tempo Comum


Janeiro
14
Filipenses 1-2
15
Filipenses 3-4
16
Colossenses 1-2
17
Colossenses 3-4
18
Levítico 1-4
19
Levítico 5-7
20
Levítico 8-10
21
Levítico 11-13
22
Levítico 14-16
23
Levítico 17-19
24
Levítico 20-22
25
Levítico 23-25
26
Levítico 26-27
27
Jeremias 1
28
Jeremias 2
29
Jeremias 3-4
30
Jeremias 5-6
31
Jeremias 7-8