quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Já não há lugar para o Menino de Belém?

Mais uma vez celebramos o Natal... este grande «mistério» (sacramento) da nossa fé e profundamente enraízado na nossa cultura. As celebrações e os símbolos (enquanto elementos unificadores a uma realidade, e não apenas imagem...) tornam possível a nossa identificação a uma realidade, mostrando, tantas vezes, o orgulho que invade o nosso coração naquilo que nos define enquanto pessoas. 

Quem não se recorda da onda patriótica que invadiu os portugueses em 2004, aquando do Europeu cá realizado, levando grande parte dos portugueses a possuir uma bandeira nacional no exterior da sua casa?! E mais tarde, a onda vermelha que invadiu o país (pelo menos nesta zona que melhor conheço) nos inícios do mês de Dezembro com a imagem de uma pobre e frágil figura que imediatamente associamos a Jesus?! No fundo, vincava este desejo (espero) de acolher este Menino que vem (continuamente) para nós, de O tornar a Luz das nossas casas e de transmitir a todos aqueles que cruzam o seu olhar com o estandarte os votos de um Santo Natal, reagindo ao «consumismo» desenfreado que a figura do Pai Natal subindo as casas, qual Homem Aranha, se tornou.

Infelizmente, este ano, passando por vários sítios, deparei-me com um decréscimo no uso dos estandartes... fiquei triste! Será puro descuido, negligência ou distracção? Espero que sim... Gostaria, pois, de convidar os cristãos a retirar o estandarte do Menino Jesus do baú ou da caixa algures perdida no sótão. Apesar de não ser o essencial do Natal, não deixa de ser um testemunho vivo de que o Natal Cristão continua a fazer sentido no seio de uma sociedade angustiada, desnorteada e, tantas vezes, vazia de sentido. Que saibamos nós testemunhar essa alegria, lembrando as palavras do Papa Francisco: «Não deixemos que nos roubem a esperança». Pois, como ouvimos na Missa da Noite de Natal na voz do profeta Isaías: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. (...) Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento». Santo Natal.

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