Da Constituição Dogmática Lumen Gentium, Concílio Vaticano II
Em primeiro lugar, aquele povo a quem
foram confiadas as alianças e as promessas e do qual nasceu Cristo segundo a
carne, povo muito amado por Deus, em virtude da sua
eleição e por causa dos Patriarcas e dos Profetas: porque os dons e os
chamamentos de Deus são irrevogáveis.
Mas o desígnio de
salvação abrange igualmente aqueles que reconhecem o Criador, entre os quais estão
em particular os muçulmanos que, professando manter a fé de Abraão, adoram
connosco um Deus único e misericordioso, que há-de julgar os homens no último
dia.
Deus está perto
também daqueles que buscam entre sombras e imagens o Deus desconhecido, porque
a todos Ele dá a vida e a respiração e tudo o mais, e como Salvador quer
que todos os homens sejam salvos.
Aqueles que ignoram sem culpa o
Evangelho de Cristo e a sua Igreja, mas buscam a Deus na sinceridade do coração
e se esforçam, sob a acção da graça, por cumprir na vida a sua vontade,
conhecida pelos ditames da consciência, também esses podem alcançar a salvação
eterna. E a divina providência não nega os meios necessários para a salvação
àqueles que, sem culpa, ainda não chegaram ao conhecimento explícito de Deus,
mas procuram, não sem a graça divina, viver rectamente.
De facto, tudo o
que neles há de bom e de verdadeiro, considera-o a Igreja como preparação
evangélica e dom d’Aquele que ilumina todo o homem, para que venha a ter
finalmente a vida.
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